12 julho 2007

Futsal com lugar proprio

“Para todos aqueles que apelidam o Futsal como o Futebol dos pequeninos, este jogo foi uma prova de vitalidade e do entusiasmo que o público sente em relação ao Futsal. Essas pessoas deviam ter mais respeito pela modalidade, até porque um sinal inequívoco de inteligência é não falarmos daquilo que não sabemos.” Sábias palavras as de Orlando Duarte no final do primeiro jogo do Mundialito Outdoor de Futsal, em Monte Gordo. Felizmente o Futsal já se começa cada vez mais a afirmar como uma modalidade completamente “autónoma”, capaz de per si movimentar já muita gente.
Este mundialito outdoor foi exemplo máximo dessa “capacidade de mobilização” do Futsal. Mesmo tendo os jogos da nossa selecção transmissão televisiva, raro foi o dia em que a Arena de Monte Gordo não esgotasse para ver futsal, mesmo ao sol com temperaturas pouco recomendáveis.
É cada vez mais um sinal inequívoco de que a modalidade ganhou o seu espaço, por muito que alguns “iluminados” queiram fazer parecer o contrário.
Esse “espaço” tem sido conseguido a muito custo, com os intervenientes da modalidade a terem de travar uma dura batalha “contra tudo e todos”, mas felizmente isso também tem levado a que o crescimento da mesma se tenha mostrado sólido e eficaz. Restará talvez uma maior projecção televisiva e que o FC Porto também adira à modalidade, para que todo esse esforço se consolide definitivamente no panorama nacional. Isso e a nossa Federação “acordar” e perceber que é urgente e importante criar uma Selecção de Sub-21 de Futsal, para que os novos valores continuem a crescer na modalidade e a ter espaço para poder sentir o orgulho de representar o seu país no desporto que praticam.

22 junho 2007

Gala FutsalPortugal

Organizada pelo site FutsalPortugal, a 3ª Gala FutsalPortugal vai trazer grandes nomes do futsal nacional ao nosso distrito, mais concretamente a Almeirim.
Relativamente a este importante evento, quero dar os mais sinceros parabéns à autarquia de Almeirim, pois, segundo me foi possível apurar, foi da parte dela que surgiu o convite e o interesse de realizar um evento deste género em Almeirim, reunindo os melhores jogadores a nível nacional num jogo amigável.
A ideia evoluiu até chegar à Gala, um evento de nível nacional que se espera vir a ser de grande sucesso e que ajudará em muito os escalões de formação do futsal distrital, pois as receitas deste evento serão convertidas em material desportivo que será depois entregue aos clubes que inscrevam equipas nos escalões de formação.
Por tudo isso, a autarquia de Almeirim merece os meus mais sinceros parabéns pela coragem e audácia de levar a cabo uma iniciativa destas.
De referir, ainda a nomeação da equipa d’Os Patos, na categoria de Melhor Prestação Distrital, justa numa época em que os comandados de Hélder Rodrigues foram “donos e senhores” do futsal no distrito de Santarém.
Regressando agora à competição, o Benfica ganhou a primeira mão da final dos Play-Offs, frente ao eterno rival, o Sporting. Está bem encaminhada a equipa de Adil Amarante para conquistar todos os troféus portugueses onde esteve envolvida esta época.
Mas cuidado com os festejos prematuros. O primeiro jogo desta mão terminou 1-4 a favor dos “encarnados”, mas esteve longe de ser fácil a tarefa. O Sporting organiza-se bem defensivamente, a grande diferença esteve mais uma vez no pé esquerdo de Ricardinho, que não perdoou em frente à baliza e em Bebé, que no 1 para 1 conseguiu tornar a baliza do Benfica minúscula aos olhos dos avançados leoninos. Nesta segunda mão as duas equipas vão estar na máxima força, com o regresso do capitão “verde” Zézito e com a recuperação total de Davi, o que pode criar muitas dificuldades aos Benfica. Garantias, garantias, só quanto à fantástica qualidade de jogo apresentada por estes dois gigantes do nosso futsal.

13 junho 2007

Já estááááá!!!!!!

A Secção de Futsal da ADF – Associação Desportiva do Fundão, conseguiu, no seu ano de estreia, a manutenção no Campeonato Nacional da 1ª Divisão de Futsal. Reafirmei inúmeras vezes que o objectivo esteve sempre presente, consistente e de forma racional seria ambicionado até ao último segundo (caso necessário). E porque sempre acreditámos que seria alcançado, orientámos sempre o nosso pensamento nesse sentido e sobretudo treinámos e jogámos com o intuito de o concretizar. Agora que terminou e chegou ao fim o Campeonato e o objectivo foi alcançado, sentimos alegria, felicidade, orgulho e o sentimento de dever cumprido! Já está!!!
Numa época tão longa quanto difícil, os 10 meses de trabalho, dedicação e esforço têm um saldo extremamente positivo. Encarámos as dificuldades com serenidade e transformámos erros em soluções. Procurámos sempre corrigir e encontrar solução para os problemas, utilizando forças que por vezes pareciam não existir. Tivemos alma, espírito, coração e razão. Estivemos entregues e dedicados de forma integral à modalidade, ao clube, à instituição, aos nossos objectivos. Formámos uma família e agora temos duas. O Balneário, o Pavilhão, o treino, o jogo e até o autocarro foram a nossa casa durante 10 meses e tudo aquilo que vivemos juntos foi-nos tornando cada vez mais fortes e unidos, que quase nem dávamos conta do mal que alguns nos queriam! Aprendemos com as derrotas e fomos melhorando, aprendemos com as vitórias e fomos consolidando e equilibrando o rendimento. De algumas debilidades e imperfeições fizemos forças e energias que nos levariam ao êxito. Errámos e acertámos, perdemos, empatámos e vencemos. No final fica uma certeza: a secção de Futsal da ADF está toda inteiramente de Parabéns! Como estão de Parabéns também as nossas famílias e amigos, aqueles a quem roubamos tempo e momentos e aqueles que aturam os nossos estados de espírito em função dos resultados. Obrigado também para eles! Certas e não raras vezes o desgaste acumulado e provocado pela ansiedade pré e pós competitiva foi controlado também por eles e com a ajuda deles. O Futsal é apaixonante e fazer parte dele é viciante!
E porque o disse várias vezes e não me importo nada de o referir novamente, desde 16 de Agosto de 2006 (primeiro dia da época) até 10 de Junho de 2007 (último dia da época), independentemente do que disseram ou escreveram, as críticas não nos abalaram e os elogios não nos iludiram, fomos sempre o que somos e o que treinamos, não o que disseram ou escreveram, sempre fiéis à nossa personalidade e à concretização dos nossos objectivos. E para que não se pense de forma errada, o que custa não é chegar ao fim dos 10 meses e atingir o objectivo, o difícil é gerir tudo desses 10 meses para que o resultado seja brilhante!
Contudo, também a Formação está de Parabéns! As Escolinhas continuam a aprender, os Iniciados venceram todos os jogos e têm na vitória uma formação consolidada e sustentada no seu processo de ensino/aprendizagem e os Juniores alcançaram as meias-finais da Taça Nacional, sendo derrotados pelo Benfica, tendo estado entre as 4 melhores equipas nacionais. Se considerarmos os Juniores como um escalão de pré-rendimento / pré-elite, os resultados obtidos esta época deixam um futuro interessante a estes atletas para seguirem o seu percurso no Futsal: bi-campeões distritais, presença na meia-final da Taça Nacional e nos 24 jogos oficiais desta época, 3 derrotas, 2 empates e 19 vitórias!

23 maio 2007

Betão a mais… rua a menos!

Parafraseando palavras minhas, “experimentem juntar duas ou três crianças com uma bola e observem, simplesmente observem. Certamente vão ver como elas nos ensinarão o que devemos fazer, e certamente, encontraremos inúmeras formas de lhe estimular e desenvolver a inteligência do jogo, a concentração, sem nunca retirarmos a vertente lúdica, o gosto e a paixão pelo jogo.” Se o fizerem, as crianças vão-nos ensinar que devemos começar o jogo/treino por operacionalizar os princípios de jogo, ofensivos e defensivos. As crianças, sozinhas, já o fazem, basta “deixá-las ir e segui-las”. Não é fácil, mas é muito mais fácil!
A realidade é que a criança, sem qualquer base teórica nas orientações para a sua aprendizagem, encontra processos para “aprender a jogar”, sem ser preciso que “ninguém a ensine”. Parece um contra-senso mas a criança, ao não ter ninguém a ensiná-la nem sujeita a nenhuma restrição teórica, limita-se a fazer aquilo que mais gosta: jogar. E aprende a jogar jogando. A criança “joga à bola” livre de preocupações, adapta-se ao espaço, ao número de crianças, às condições do terreno e nada é impeditivo de juntas (ou sozinhas) fazerem aquilo que mais gostam – a paixão pela bola, a paixão pelo jogo, o simples “jogar à bola”.
O número de crianças envolvidas pode parecer um problema (que para as crianças nunca se coloca) neste “jogar à bola” das crianças. Mas para mim não é mais do que a solução do problema. Vejamos e observemos como elas se organizam e analisemos o que encontramos de comum nas formas jogadas que as crianças utilizam frequentemente. Se a criança estiver sozinha, além de contornar obstáculos por ela inventados, faz condução de bola, muda de direcção, procurando sempre em cada acção um objectivo. Se não estiver satisfeita procura uma parede e realiza passes, remates ou até mesmo lançar a bola com a mão para depois cabeceá-la. Mesmo sozinha, joga e aprende o jogo (mesmo particularizado e fragmentado através do individualizado). Se estiverem duas crianças, é inevitável: uma vai para a baliza e tenta impedir o golo e a outra remata e tenta obter golo (1x0+GR). Se estiverem 3 crianças, podemos observar (entre outras soluções) um atacante na posse de bola, um defensor que tenta impedir a progressão do atacante e um guarda-redes (1x1+GR). E se estiverem mais crianças, mais soluções existem, sempre com uma finalidade e com um objectivo: o prazer de “jogar”. E reparem que as crianças adoptam para as suas brincadeiras a essência mais verdadeira e realista do jogo: marcar golos e não sofrer golos.
A criança, pelo seu prazer de jogar – paixão do jogo – e sem interferência do adulto, aprende a jogar sozinha. Não condicionem a inteligência da criança… estimulem-na e aproveitem-na!
Por tudo isto o título de hoje: betão a mais e rua a menos! Falta rua para as crianças jogarem à bola, há computadores e televisões a mais, há elevação de betão sem critério. Isso é um problema para o desenvolvimento integral da criança. Mas parece que só mesmo para elas o problema não se coloca: as crianças, com uma bola na mão, fazem de um simples hall de entrada de um prédio uma baliza e do passeio a grande área; fazem dos parques de diversão infantil campos de futebol onde os baloiços são a baliza, a tabela de basquetebol e os carrosséis as referências espaciais e os bancos os adversários; fazem de um portão de uma casa o objectivo do golo e de uma linha tracejada no chão (que pertence ao código da estrada) o limite para atingir o alvo; fazem da piscina, da praia, do parque de estacionamento, do quarto ou de qualquer outro local, o espaço onde querem ser, momentaneamente, heróis com uma bola nos pés. E se não houver nada num determinado espaço, fazem dos sapatos, dos livros ou dos casacos as referências para a baliza, marcam no chão as linhas limites (nem que para isso seja necessário ir à obra de construção mais próxima partir um tijolo para que se veja a linha no chão) e jogam à bola, até à exaustão, com paixão pelo jogo. E da paixão pelo jogo nasce o atleta.
Curiosamente, até as crianças quando jogam entre elas não se preocupam com “brincadeiras fúteis” ou descontextualizadas, preocupam-se sim em jogar, em jogar muito e cada vez melhor, em aperfeiçoar dia a dia o seu jogar entre elas. Não começam “o jogo” correndo entre as árvores, saltando por cima dos bancos de jardim, contornando os carros do passeio ou vendo quem chega primeiro à boca-de-incêndio. Simplesmente chegam ao local do jogo, fazem as equipas, definem as regras e “jogam à bola”. Até as crianças se preocupam “apenas e só” com aquilo que querem.

08 maio 2007

Adaptações pessoais


Nesta minha estreia no blog, gostava de partilhar a minha curta experiência e ouvir opiniões sobre a temática das adaptações de personalidade.
Será que é o treinador que deve ser adaptar á personalidade de cada jogador? Será os jogadores que têm que se adaptar ao treinador? Será mútuo? Ou será que mesmo mutuo deve tender para algum dos lados?

A adaptação\conhecimento do treinador de cada jogador é muito importante, percebe-se qual a forma melhor de o motivar, de relacionar, de dizer algo e não baixar a moral desse mesmo jogador, mas acho que não se deve actuar disciplinarmente de forma diferente consoante a personalidade ou variar o método de treino, porque essa habituação pode ao jogador criar uma acomodação futura, que com outros treinadores pode não ser possível.

Por outro lado acho super importante os jogadores se adaptarem á personalidade do treinador, aos seus métodos, á sua exigência, á sua dinâmica. Essa adaptação por um grupo leva a uma mais rápida aprendizagem, a uma maior organização e atitude de equipa.

Para o bom funcionamento do grupo deve haver uma adaptação mutua das personalidades, mas não em todas as situações, principalmente a nível disciplinar, as medidas têm que ser iguais para todos, porque uma variação de medidas consoante cada atleta levará sempre a pensamentos de injustiça, de abuso de confiança e de falta de respeito.

Fundamental também é a adaptação pessoal entre os atletas, cada um saber o que pode ou não dizer, pensar antes de dizer algo se vai ou não criar conflito as suas palavras, ter uma atitude “profissional” (Podemos não ganhar como profissionais, mas podemos ter a sua atitude).

Qualquer jogador pode ser muito bom de pés, mas se não tiver atitude de jogador, será complicado impor-se. Essa atitude vê-se em variadas coisas, desde chegar a horas aos treinos, respeitar as decisões do treinador, colocar o colectivo á frente do individual, trabalhar forte nos treinos, dormir as horas certas antes dos jogos, não beber álcool na véspera dos jogos, respeitar os colegas, entre outras coisas.

O bom relacionamento dentro de um grupo e a percepção de cada um de até onde pode ir com cada pessoa, é meio caminho andado para o sucesso colectivo.
João Lino

27 abril 2007

Videos Taças Nacionais

Aqui seguem dois videozinhos com partes de dois jogos das Taças Nacionais de Futsal com equipas Ribatejanas:

- Juv.Ouriense 3-6 Fundão (Taça Nacional de Juniores)



- Riachense 4-8 Golpilheira (Taça Nacional de Femininos)

17 abril 2007

No feminino nos (des)entendemos

Têm que concordar comigo que seja qual for a modalidade desportiva, o jogo desportivo colectivo ou individual, no Feminino, tem as suas características muito próprias e distintas da mesma modalidade do jogo desportivo colectivo ou individual quando no Masculino. Deixem-se de apelidar o desporto no feminino em “sexo fraco”, “sexo de diamante” ou o “parente pobre do masculino”. Nada disso! O desporto no Feminino tem particularidades muito próprias e distintas do Masculino, e por isso, existem razões de sobra para olhar para o desporto no Feminino com particular atenção. Há por isso a necessidade de analisarmos a modalidade no Feminino para, conhecendo a realidade e as suas particularidades, fazer das fraquezas (se existirem) forças e após analisar ao pormenor o detalhe, trabalhar com qualidade de forma a melhorar. Lamentar, jamais, e é uma palavra que não me cabe no dicionário.
O Futsal Feminino tem, naturalmente, as suas próprias particularidades e características (naturalmente, distintas do Futsal Masculino). Na globalidade, se o jogo é encarado do mesmo modo, o treino também o deve ser. Devemos ter em conta um Modelo de Jogo, de Treino, de Atleta e de Clube e ao juntar as valências que temos ao dispor, construir uma equipa no verdadeiro sentido da palavra. No Futsal Feminino, as acções individuais são menos explosivas e se a capacidade de resistir ao esforço se pode considerar semelhante, o mesmo não se pode dizer da velocidade de execução. Contudo, a capacidade de percepção e a tomada de decisões estão no mesmo patamar. E se tivermos em linha de conta que a menstruação implica um maior controlo do treino e do jogo, então a nível fisiológico é muito distinto do Masculino. Se a nível cognitivo a facilidade em assimilar processos é semelhante (ou por vezes maior), esta pode ser uma particularidade determinante no treino e no jogo pois, embora a percepção da acção esteja definida, a reacção à mesma é menor e por isso, a nível táctico-estratégico, interfere na organização colectiva. A nível defensivo, por exemplo, a intensidade é menor, as coberturas à bola têm que ser uma constante e parece-me que o método defensivo mais indicado será a zona mista, facilitando permutas na marcação. Em termos ofensivos, a título de exemplo, a variabilidade de soluções nas diversas estruturas adoptadas podem ser determinantes, levando a que as Atletas tomem a melhor decisão em função do momento. Independentemente das particularidades, tenho a convicção que o conhecimento do jogo é primordial e fundamental para que todo o processo resulte no que queremos: formar em vitória!
Estive por estes dias em Fátima, no “VIII Torneio Inter-Associações de Futsal Feminino Sub/19”, organizado pelo Departamento de Futebol e Formação da Federação Portuguesa de Futebol, representando a Selecção Distrital da Associação de Futebol de Castelo Branco. E porque o que me preocupa somos nós e não os outros, acabemos de uma vez por todas com a ilusão que ainda existe nalguns clubes e/ou pessoas do aclamado Campeonato Nacional de Futsal Feminino. Meus senhores e minhas senhoras, isso é uma mera ilusão. Quando a Federação Portuguesa de Futebol se propõe organizar um Inter-Associações de Futsal Feminino sem que a Federação tenha, no seu Departamento de Futebol e Formação, qualquer Selecção de Futsal Feminino, então só nos podemos questionar o porquê deste Torneio, quais os seus objectivos e o porquê de tanta gente (iludida) lutar pelo Campeonato Nacional de Futsal Feminino. Para mim a resposta é clara: este Torneio serve de observação para a Selecção Nacional de Futebol de 11 Feminino. Inadmissível pensarão vocês, absurdo e despropositado digo eu. Não me parece que a Federação esteja interessada em terminar com a Selecção de Futebol de 11 e por isso, parece-me a mim que não há a mínima intenção de criar o Campeonato Nacional de Futsal Feminino. E se existem ou não incompatibilidades, só a Federação pode responder, pois para mim não há! Nem para mim, nem para quem ainda acredita que isso seja possível. Assim, da Federação à nossa Associação, eis o reflexo de tal questão. Olhemos para os nossos quadros competitivos no Futsal Feminino e retiremos deles uma conclusão. Lanço o desafio, a questão e a dúvida, e estarei pronto a partilhar a minha opinião. O pensamento nasce com a dúvida…

REFERÊNCIAS:
1. Escreve a Federação Portuguesa de Futebol que, e passo a citar: “Os Torneios Nacionais Inter-Associações integram-se no processo metódico, regular e sistemático de desenvolvimento qualitativo e quantitativo do futebol português”. Ainda não entendi o que há para desenvolver no Futsal Feminino sem Selecções de Futsal Feminino e sem Campeonato Nacional. É que a Taça Nacional é pouco…

Primeira Divisão Distrital - Não Apenas as 14 primeiras equipas!

Chega o final dos campeonatos e com eles começa a preparação da próxima época.
É esta a melhor altura para eu dar a minha opinião sobre a alteração que os campeonatos de Futsal vão sofrer já a partir da próxima época. Os escalões de Seniores de Masculinos e Femininos vão ver criada a tão aguardada 2ª Divisão Distrital. Mas em que moldes? O que irá definir a divisão e a criação de uma segunda divisão distrital? Apenas que as 14 melhores equipas do distrito vão jogar numa divisão e as restantes noutra??
Ou será que vão existir mais diferenças em termos organizativos que “obriguem” as equipas da primeira divisão a ter outra estrutura, mais condizente com o seu estatuto de “melhores do distrito”?
Aqui ficam as minhas sugestões:
- Obrigatoriedade de possuírem treinadores credenciados.
- Jogos cronometrados (situação fácil de resolver com um “delegado à mesa” de cada equipa)
- A ultima e talvez a mais “nobre”, obrigar à inscrição de uma equipa de formação(juniores,juvenis).
Parecem talvez três exigências demasiado altas para equipas de distrital, mas na minha opinião importantíssimas para equipas que se vão passar a designar como as MELHORES. E se são três situações que podem obrigar a um esforço logístico do clube, também são três situações que vão prevenir e dar outra preparação à equipa que subir aos nacionais! Treinadores credenciados que têm a “obrigação” de terem a perfeita noção de como preparar uma equipa, jogos cronometrados que preparam o desgaste físico do nacional e uma equipa de formação, que dá garantias de todos os anos formar novos jogadores de Futsal, perfeitamente integrados, que quando chegam a seniores, não precisam perder tempo na adaptação à modalidade, como sucede ainda na maior parte dos casos actualmente.
Claro que a exigências não podem ser só feitas aos clubes! Todos os jogos com árbitros nomeados, regulamentos perfeitamente adaptados à realidade da modalidade e uma maior organização relativamente às “selecções distritais” são os 3 compromissos que a Associação terá de se ver “obrigada” a cumprir.
Alterações deste género só iriam beneficiar a modalidade, os clubes e a Associação. Quanto à 2ª Divisão Distrital? Bem, essa pode continuar organizada da mesma maneira que agora a primeira (e única) e não virá mal nenhum ao mundo por ai!
Para finalizar, quero apenas desejar a maior sorte do mundo a Riachense, Juv.Ouriense e Os Patos na disputa da Taça Nacional de Femininos, Juniores e Juvenis, respectivamente. Boa Sorte!!

12 abril 2007

Felicitações

Esta semana há bons e variados motivos para distribuir algumas “felicitações” aqui neste espacinho.
Primeiro, ao Sporting e Benfica, representantes portugueses na Taça Intercontinental, respectivamente os 3º e 4º classificados nessa mesma condição, que só foram “travados” pelos gigantes Boomerang(Espanha) e Malwee(Brasil). Na meia-final o Sporting não não conseguiu quebrar o rigor táctico e a elevada qualidade da equipa do Boomerang, enquanto o Benfica acabou por “sucumbir” frente ao Malwee de Falcão, para muitos considerado o melhor jogador de Futsal do mundo, que neste jogo fez das suas, ao marcar um livre do “outro mundo”, que deixou maravilhados todos os presentes no Pavilhão. De referir o facto do Benfica ter conseguido um feito histórico para o Futsal Português, ao vencer pela primeira vez uma equipa brasileira numa competição internacional, e nada mais nada menos que o campeão brasileiro de Futsal, Carlos Barbosa FC, por 6-1.
No distrito, parabéns aos “miúdos” da Juv.Ouriense, que conquistaram este fim-de-semana o título de campeões distritais de Futsal de Juniores, logo no seu ano de estreia neste escalão. Muito trabalho, muito talento e um titulo no bolso!!
Finalmente, tenho que dar também os meus sinceros parabéns à AF Santarém, pela iniciativa que está a desenrolar, o All-Stars de Futsal, que irá colocar frente-a-frente os melhores da Série A, com os melhores da Série B. Mais do que uma “prova de força” entre as duas séries, será com toda a certeza um jogo muito interessante de seguir e uma óptima maneira de promover o Futsal no Distrito.
Espero é que, o Pavilhão que venha a ser escolhido para este evento, seja um também um local óptimo para promover a modalidade.
E já agora uma pequena ideia: Porque não promover também a votação dos melhores árbitros do distrito para dirigirem esta partida?

14 fevereiro 2007

Chuva....

Continuam-se a acumular os jogos interrompidos ou adiados devido ao mau tempo nos pavilhões de Portugal, nomeadamente chuva que cai nos pisos, tornando os mesmos num perigo para a integridade física dos atletas.
Seria uma situação compreensível em pavilhões antigos, onde o “peso dos anos” já se fizesse notar, mas o caricato é que estas situações estão-se a tornar frequentes, mas nos pavilhões recém-construídos.

No nosso distrito, o Pavilhão Municipal do Entroncamento e o Palácio dos Desportos em Torres Novas são apenas dois exemplos de deficiências no isolamento.
É incompreensível que situações destas aconteçam em pavilhões recentes, com os pisos mais recentes, balneários modernos, mas que depois não podem ser utilizados de Inverno porque chove no seu interior!!
Mas não são os pavilhões sítios indicados para se poder praticar desporto durante o Inverno, quando as condições climatéricas são adversas??
Eu pelo menos achava que sim, mas se quando chove, a sua utilização fica impossibilitada pois coloca em perigo a integridade física dos atletas, então algo terá de ser bem revisto, pois para isso recorríamos aos velhinhos “ringues” ao ar livre, bem mais económicos e onde a quantidade de oxigénio seria bem mais elevada…!

29 janeiro 2007

Demasiada entrega...??

O Futsal Espanhol foi noticia mais uma vez, mas infelizmente pelos piores motivos.

Carlos Garcia Ruiz, de 20 anos, jogador do Clube de Futsal Jumilla, da divisão de prata (equivalente à nossa segunda nacional) faleceu, depois de ter sofrido um golpe na cabeça fruto de um choque com o guarda-redes do Albacete. Num lance dividido o jovem jogador caiu desamparado no chão, sendo assistido de imediato pelo médico do clube e posteriormente transportado para o hospital, onde viria a acabar por falecer.

Perdeu-se uma das grandes esperanças do Futsal espanhol, mas principalmente perdeu-se uma jovem vida.

São situações claramente de lamentar, que normalmente levam os atletas das modalidades a pensar se valerá a pena tanta entrega e tanta dedicação ao desporto.

Percebo-os perfeitamente, mas na minha opinião, sim, vale a pena!!!
Praticar desporto faz bem, praticá-lo de alma e coração, melhor faz! É diferente praticar desporto só por praticar, ou praticar com total entrega. Os fracassos custam muito mais, mas as vitórias também sabem muito melhor!! Há que pensar, que por cada Carlos Ruiz a quem o desporto tirou a vida, provavelmente por se entregar tanto e por ter disputado aquele lance com o guarda-redes em vez de se proteger, aparecem muitos Ricardinhos, Andrés Lima, Zézitos, exemplos que deixam tudo em campo, que vivem a modalidade que praticam com uma total entrega e paixão, que são admirados por todos quanto a praticam. Vê-se a felicidade na cara deles por cada vitória, vê-se o que sofrem por cada derrota, mas fundamentalmente, vê-se que não a trocariam por nada.

Temos de lamentar cada vida que é levada por tanta paixão, mas temos de lamentar mais ainda cada vida que é levada sem se ter realmente “apaixonado” por alguma coisa, seja desporto, arte, etc.

Entreguem-se a tudo o que fazem com paixão e não se vão arrepender!!

16 janeiro 2007

Torneio Inter Associações sub 19 de Futsal Feminino

Tive o previlégio de poder observar uma grande parte dos jogos do Torneio Inter-Associações Feminino de Sub-19 e queria daqui endereçar os meus mais sinceros parabéns a todas as atletas e seleccionadores presentes.

Foram 4 dias do espectáculo do Futsal, divididos por 3 pavilhões. Golos de belo efeito, jogadas de fino recorte, grandes defesas, alegria, desespero, houve de tudo ao longo desta verdadeira “festa do futsal” !! Quem não pode estar presente, perdeu uma belíssima oportunidade de ver a qualidade do Futsal que o Futsal Feminino já tem, ainda para mais quando falamos de atletas sub-19, ou seja, com uma grande margem de progressão pela frente.

Remetendo-me às selecções que ficaram nos 4 primeiros lugares : Coimbra, Santarém, Porto e Lisboa, a qualidade técnica e táctica que apresentaram, foi, para mim, deveras impressionante e qualquer uma teria sido digna vencedora do torneio.
De destacar a “garra” e espírito de equipa das atletas da AF Porto, que mesmo derrotadas raramente pararam de cantar e a claque da AF Coimbra, que foram incansáveis no apoio à sua selecção.

08 janeiro 2007

Apoios Camarários

António Paiva, presidente da Câmara Municipal de Tomar, na extensa entrevista que fez ao suplemento Grande Área,do Jornal O Templário, considera que o Futsal tem estado a evoluir depressa demais, pois no nosso distrito não se cobrava para assistir aos jogos, para os pavilhões não ficarem vazios, enquanto que em Lisboa já se pagam ordenados muito elevados e teme que a situação se alastre ao distrito, o que para ele vai contra o que é desenvolvimento desportivo.

Concordo em grande parte com a afirmação de António Paiva, mas o problema não está no desenvolvimento rápido do Futsal nas outras zonas, o problema está no atraso que Santarém ainda tem e continuará a ter para os outros distritos. Estamos “rodeados” pelos distritos de Leiria, Lisboa, Castelo Branco, todos eles com um potencial financeiro bem superior ao de Santarém. Compreendo António Paiva, as autarquias não podem ser os únicos “alicerces” financeiros dos clubes de Futsal. As empresas da região também comportam um papel fundamental na expansão deste desporto! Mas quem cria as condições para as empresas se fixarem nas regiões? Não são as autarquias? É um efeito “bola-de-neve” que se gera, em nada ajudando o Futsal e as outras modalidades. E não há que incentivar e apoiar os clubes que têm sucesso no distrito, levando o nome dos concelhos e do distrito mais longe?

Não tomem esta minha opinião como um “recado” ao Presidente da Câmara Municipal de Tomar, mas antes como um recado a todas as autarquias, empresas e clubes do nosso distrito. O Futsal já é uma grande modalidade, e com custos ainda bem inferiores ao Futebol de 11. Se as autarquias e empresas souberam “apoiar” bem este momento de crescimento da modalidade do nosso distrito, dando-lhe condições minimamente semelhantes aos dos distritos referidos, então sim, Santarém poderá ombrear com os “vizinhos” sem qualquer problema, porque, do que conheço até agora, em termos de qualidade “futsalística” nada lhes ficamos a dever.